Por Mayssa da Conceição Araújo e Andréa Mathes Faustino
16/11/2019
Primeiramente, você vai precisar:
- Conhecer um pouco sobre o tipo de demência que a pessoa que você cuida possui;
- Conhecer os sinais e sintomas mais comuns;
- Saber em qual estágio da demência a pessoa que você cuida está.
Durante as consultas você pode estar perguntando a respeito disso para a equipe de saúde que acompanha o idoso.
A partir disso, você vai conseguir identificar se o comportamento que o idoso tem é “esperado” para o tipo de demência que ele possui e poderá se preparar melhor para o que está por vir.
A doença é responsável por alterações importantes, especialmente no humor e comportamento. Entenda que alguns comportamentos e atitudes não são culpa do idoso, ele não faz por querer, é a doença. Por esta razão, procure conversar com familiares/amigos que o conheciam antes do diagnóstico da demência, pergunte como ele era, o que ele gostava de fazer e o que ele não fazia de jeito nenhum. Para poder filtrar o que faz parte da personalidade da pessoa e o que não.
Quando o idoso fica perguntando várias vezes a mesma coisa pode até ser chato, frustrante tanto para o cuidador quanto para os familiares. Mas se ele faz a mesma pergunta várias vezes é porque não lembra do que foi dito. Para ele, é a primeira vez que vocês estão tendo aquela conversa, que ele faz aquela pergunta. Então procure lembrar disso nessas situações. Algumas dicas para amenizar esse problema são:
- Incentive a pessoa idosa a fazer uma lista das coisas importantes, assim quando ela tiver dificuldade para lembrar poderá consultar suas anotações;
- Estimule e participe juntamente com a pessoa idosa de atividades que ajudam a exercitar a memória, como: palavras cruzadas, leitura, montar quebra-cabeças e etc.
E como lidar com as alterações de humor e comportamento? Inicialmente, procure identificar suas possíveis causas.
Fonte: Google Imagens
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Mudar os móveis da casa de lugar; desidratação; a inclusão ou suspensão de medicamentos; algumas doenças infecciosas, como infecção urinária e pneumonia; mortes ou brigas na família são algumas das causas mais comuns de agitação, irritação e agressividade na pessoa idosa.
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A Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) traz em seu site várias dicas úteis para lidar com situações como as citadas acima. Veja a seguir:
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- Procure descobrir o motivo da alteração de humor/comportamento e evite repetir a situação;
- Procure chamar a atenção do paciente para algo que possa ajudar a acalmá-lo, como uma imagem bonita ou o som de uma música que ele goste;
- Você também pode propor uma atividade como caminhar ou ver fotos antigas;
- Mantenha um ambiente calmo, agradável, seguro e com rotina organizada;
- Cuide do tom de voz e do ambiente, evitando agitações desnecessárias;
- Comunique ao médico. É possível que algum medicamento esteja contribuindo para o problema ou que algum medicamento possa contribuir para a diminuição desse sintoma.
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Por fim, tenha paciência e procure manter a calma, pois estes são dois itens indispensáveis para cuidar de uma pessoa com demência.
Referências:
- Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). Alterações de comportamento. Disponível em: http://abraz.org.br/web/orientacao-a-cuidadores/lidando-com-os-sintomas/alteracoes-de-comportamento/
- Brasil. Guia prático do cuidador. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2008, Capítulos 20, 21 e 29. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf
- Born, Tomiko (Organizadora). Cuidar Melhor e Evitar a Violência - Manual do Cuidador da Pessoa Idosa. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Subsecretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, 2008, Capítulo: Mudanças de comportamento na pessoa idosa: agitação, agressividade e perambulação. Disponível em: http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/biblioteca/_manual/12.pdf
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